Projeto inédito no estado em combate à hanseníase chegará em Itaperuna e Pádua em setembro

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A Secretaria Estadual de Saúde realiza projeto inédito no estado em combate à hanseníase. A Carreta com serviços passará por 19 cidades. O objetivo da ação, que acontece em parceria com o Ministério da Saúde, é identificar casos da doença, capacitar profissionais e fornecer informações para diminuir o preconceito. A carreta estará no Noroeste Fluminense em Itaperuna nos dias 02, 03 e 04 de setembro eem Santo Antonio de Pádua nis dias 05 e 05 do mesmo mês.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro, em parceria com o Ministério da Saúde, realiza o Projeto Roda-Hans, iniciativa que consiste em uma carreta com consultórios e laboratório que vai percorrer 19 municípios para conscientizar a população sobre a hanseníase e combater o preconceito associado à doença.

Inédito no Rio, o projeto irá rodar o estado a partir desta segunda-feira (5), data que marca o Dia Estadual de Conscientização, Mobilização e Combate à Hanseníase. Neste dia, os serviços serão oferecidos em Irajá, Zona Norte do Rio, na esquina da rua do Encantamento com a rua Monsenhor Félix, das 8h às 17h.

O projeto conta ainda com realização de consultas dermatológicas e disponibilização de uma equipe que capacitará profissionais de saúde dos municípios visando o diagnóstico precoce e tratamento.

Parte fundamental da iniciativa é a etapa de treinamentos de cerca de mil profissionais de atenção primária de todo o estado. Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais, dentistas, entre outros profissionais, participam das oficinas de capacitação oferecidas pela SES e pelo Ministério da Saúde e depois farão parte da equipe de atendimento da carreta, sob a supervisão de especialistas.

Edmar Santos, secretário estadual de Saúde, ressalta que os treinamentos são essenciais porque possibilitam, ao mesmo tempo, a qualificação dos profissionais e a realização de diagnósticos precoces nestas grandes campanhas, fazendo com que os profissionais de saúde dos municípios realizem as atividades em seus territórios de atuação.

– Com isso, as equipes que atuam em clínicas da família, postos de saúde e outras unidades de atenção primária estarão devidamente capacitadas para identificar sinais e sintomas da hanseníase, evitando sequelas decorrentes do diagnóstico tardio da doença – explica.

Atualmente, estão em tratamento 1.305 pacientes no estado do Rio de Janeiro. Desse total, 16% apresentam grau de incapacidade física. O número, no entanto, pode não representar a totalidades dos casos existentes devido à dificuldade da identificação da doença, que possui evolução lenta e assintomática, com as lesões na pele como maior indicador da infecção, porém muitas vezes pouco visíveis. O próprio paciente demora a notar a condição e, em diversos casos, o primeiro diagnóstico é errado por falta de capacitação adequada dos profissionais.

Ao identificar um caso da doença, é necessário realizar uma investigação epidemiológica da cadeia de transmissão da hanseníase, examinando qualquer pessoa que teve contato íntimo e prolongado com o paciente, como familiares e amigos. Esse trabalho será feito pelos municípios e acompanhado, durante três meses, pela equipe da Secretaria de Estado de Saúde, em parceria com instituições de ensino e pesquisa.

Para Alexandre Chieppe, médico da SES, a ação também tem como destaque o papel estratégico de esclarecer dúvidas sobre a doença e combater o preconceito.

– Outro objetivo da Roda-Hans é acabar com o estigma que existe em relação à hanseníase, difundido até mesmo entre profissionais de saúde que não têm a experiência de trabalhar com a doença. Isso faz com que possíveis pacientes tenham medo de buscar atendimento e pessoas com diagnóstico confirmado tenham sua vida social afetada, o que contribui para a diminuição da autoestima e para isolamento do paciente – afirma.

Além do Ministério da Saúde, o projeto conta com a parceria da Fiocruz, UFRJ, Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro, Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e da Novartis, além do apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.

Da Redação do Portal Itaperuna Notícias