Morreu neste sábado (14), em Campos dos Goytacazes, o promotor de Justiça Marcelo Lessa Bastos, aos 51 anos, vítima de choque séptico – infecção generalizada que causou falência múltipla de órgãos. Ele estava internado no Hospital Dr. Beda há 10 dias, quando foi internado já em estado grave com 90% dos pulmões comprometidos em decorrência de uma deficiência cardíaca grave. Marcelo Lessa chegou a passar por cirurgia cardíaca para corrigir uma falha na válvula mitral que jogava líquido para os pulmões e utilizou suporte circulatório extracorpóreo, denominado ECMO. O promotor tomou a primeira dose da vacina, mas ainda aguardava para completar a imunização quando foi infectado pelo novo coronavírus.
O promotor de Justiça que por muitos anos trabalhou em Itaperuna e que atuava na Comarca de Campos de Goytacazes, tinha dado inicialmente entrada no hospital, com quadro grave de Covid-19 na madrugada de quinta-feira (05), com insuficiência respiratória aguda, após passar mal durante uma aula do curso de Direito. No dia 27 de janeiro, o promotor perdeu a mãe, Vera Lúcia Lessa de Lima, de 70 anos, por complicações da Covid-19. Ela morreu em um hospital do Rio de Janeiro, onde estava internada havia 40 dias.
Na unidade hospitalar, ele foi submetido a uma tomografia, que apontou um quadro de 80% a 90% de comprometimento dos pulmões, sendo considerado gravíssimo pela equipe médica da UTI-Covid, onde ficou internado. Por volta das 4h, Marcelo Lessa sofreu uma parada cardíaca, que foi revertida pelos médicos.
O promotor foi socorrido pela esposa, Viviane, após sentir um mal-estar na noite dessa quarta. “Ele não havia apresentado nenhum sintoma, até passar mal ontem à noite, quando, então, eu o levei para o hospital. Ele está sendo muito bem atendido e com certeza vai se recuperar. O momento agora é de oração pela recuperação dele”, disse Viviane, que informou, ainda, que Lessa já havia tomado uma dose da vacina contra a Covid-19 e está para tomar a segunda.
— Eu estava com ele em sala virtual até pouco depois das 21h. Absolutamente assintomático. A aula acabou às 23h, e ele começou a se sentir mal. Contudo, ele tomou apenas a primeira dose, me lembro de ele dizer para mim que tomaria a segunda dose na semana que vem. Mas, de qualquer forma, sendo a variante Delta, a insegurança é total. Acho que devemos voltar ao período de restrições mais duras — comentou o advogado tributarista Carlos Alexandre de Azevedo Campos.
— Marcelo sempre respeitou muito essa doença e os limites que ela impõe, estando sempre atento para se proteger. Além disso, como membro do Ministério Público sempre foi muito dedicado durante esse período de pandemia, tomando todas as medidas que estavam no seu alcance — ressaltou o procurador de Justiça campista Cláudio Henrique da Cruz Viana, presidente da Associação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Amperj).
Da Redação do Portal Itaperuna Notícias