Fraude no Campeonato Brasileiro da Série B de 2022 tem buscas em Porciúncula

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O futebol brasileiro voltou a estampar o noticiário policial. A operação “Penalidade Máxima”, deflagrada na última no dia 14 de fevereiro, investiga a possível fraude em jogos da Série B do Campeonato Brasileiro por um grupo especializado. Segundo informações do Ministério Público de Goiás, o esquema aconteceu na edição 2022 da competição.

Há indícios de crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro. Além disso, o esquema ainda configura duas infrações sobre corrupção em jogos de futebol previstas no Estatuto do Torcedor (artigos 41-C e 41-D).

Segundo Fernando Cesconetto, promotor do MPGO, a operação fraudulenta teria acontecido através da ação de atletas profissionais, que teriam recebido pagamentos para cometerem pênaltis durante três partidas diferentes, mas sempre no mesmo período do jogo.

“A manipulação consistia em cometer pênaltis sempre no primeiro tempo dos jogos de forma a garantir um elevado ganho financeiro para os apostadores e também para atletas direta ou indiretamente envolvidos. Acontece que para a aposta dar certo, era necessário que os pênaltis ocorressem nos três jogos”, disse à imprensa o representante do Ministério Público de Goiás.

A Justiça de Goiás autorizou operações de busca e apreensão em São Bernardo do Campo (SP), São Paulo (SP), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), São João Del-Rei (MG) e Porciúncula (RJ), além de outro mandado de prisão temporária.

Foram encontrados, segundo o Ministério Público de Goiás, materiais com indícios de que o esquema aconteceria novamente a temporada 2023, começando pelos Estaduais.

Quais jogos da Série B foram alvo de manipulação?

A investigação aponta para indícios deste esquema em três jogos pela 38ª rodada da Série B de 2022: Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina. A fraude só não foi completa, segundo Fernando Cesconetto, por um problema no confronto entre goianos e pernambucanos.

“Em dois jogos, os pênaltis aconteceram. No caso do jogo do Vila Nova, que é a vítima e denunciante do caso, o pênalti não aconteceu. Isso gerou prejuízo para os apostadores. Estima-se que foi de R$ 2 milhões”.

Quem são os jogadores suspeitos na investigação?

Um dos investigados pela operação “Penalidade Máxima” é Romário, meia ex-Vila Nova. Ainda está na lista o lateral Matheusinho, que defendeu o Sampaio Corrêa em 2022, mas agora atua pelo Cuiabá. Informações apuradas pelo jornal O Popular dão conta de que Joseph, zagueiro que representa o Tombense e que atuou pelo Cruzeiro em 2021, também faz parte dos nomes investigados.

“O ganho para cada jogador envolvido seria de R$ 150 mil. Seriam pagos R$ 10 mil adiantados e R$ 140 mil após o êxito. Como no jogo do Vila Nova não houve o pênalti, mas houve o pagamento do sinal (R$ 10 mil) para o jogador envolvido, o apostador passou a cobrar excessivamente o atleta pelo prejuízo causado, já que nos outros jogos houve o pênalti, e os atores envolvidos esperavam receber cada um R$ 150 mil”.

O que dizem os clubes envolvidos nas suspeitas?

Vila Nova

O Vila Nova Futebol Clube informa que auxilia, na condição de denunciante, o Ministério Público do Estado de Goiás, que através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) e do Grupo de Atuação Especial em Grandes Eventos do Futebol (GFUT), deflagrou a Operação Penalidade Máxima na manhã desta terça-feira (14).

O Vila Nova Futebol Clube aguarda a manifestação do MP/GO com mais informações e ressalta seu papel colaborativo e o compromisso com valores éticos, morais e de lisura que são princípios do clube e do esporte.

Sampaio Corrêa

O Sampaio Corrêa apoia as investigações, e espera que tudo seja devidamente esclarecido. O clube ressalta que não compactua com nenhum tipo de atitude que ultrapasse as quatro linhas do campo, e frisa que cada um dos supostos envolvidos responda pelos seus atos e arque com as consequências.

O presidente Sergio Frota destaca que o Sampaio, no lance em questão, foi duplamente prejudicado, pois na sequência o atacante Gabriel Poveda marcou um gol, anulado com o auxílio do VAR para a revisão da jogada. O pênalti então foi marcado para o Londrina.

Tombense

O Tombense Futebol Clube informa que recebeu com surpresa e indignação a notícia de que um de seus atletas poderia estar envolvido em esquema de manipulação de resultados de jogos da Série B do Campeonato Brasileiro.

Imediatamente após confirmar a existência da investigação policial, o Tombense afastou o atleta de todas as suas atividades regulares e se colocou à disposição das autoridades para auxiliar com o que for necessário.

O Clube destaca a sua total repugnância a este tipo de conduta, com a qual jamais compactuará, e espera que todos os envolvidos sejam punidos com o rigor da lei.

Da Redação do Portal Itaperuna Notícias com informações da ESPN